Imaginem como deve ter sido o encontro entre portugueses e indígenas na ocasião do descobrimento do Brasil!
Duas culturas completamente diferentes, sem nem mesmo ter palavras semelhantes, que servissem de referência para a comunicação, mas que precisavam que conviver no mesmo espaço…
Deve ter sido realmente uma aventura!
Os estudos históricos a respeito da população indígena na época do descobrimento concluem que haviam uma população aproximada de cinco milhões de índios no território brasileiro e agrupados de acordo com a língua pela qual se comunicavam: tupis-guaranis habitavam o litoral, macro-jê ou tapuias na região do planalto central e os aruaques e caraíbas na região amazônica.
A divisão da língua indígena
Entre os índios há grande diversidade linguística e os especialistas neste assunto, os linguistas, expressam essas semelhanças e diferenças através do agrupamento em troncos e famílias linguísticas. Isso quer dizer que há línguas cuja origem comum está situada há milhares de anos. Entre línguas de uma mesma família, as semelhanças são maiores, resultado de separações ocorridas há menos tempo.
Com relação aos índios brasileiros , os historiadores apontam dois grandes troncos: o Tupi e Macro-Jê , com 19 famílias linguísticas que não apresentam semelhança necessária para ser agrupadas nos troncos.
Um grande número de palavras da língua portuguesa tem origem no tupi-guarani. Veja alguns exemplos: arara, capim, catapora, cipó, cuia, cumbuca, cupim, jabuti, jacaré, jiboia, mandioca, mingau, minhoca, paçoca, peteca, pindaíba, pipoca, tamanduá, taquara, toca, traíra… E muitas outras!
Cultura indígena
Os índios vivem de forma muito organizada e harmônica. Cada tribo tem um cacique , que é o chefe e um pajé , que é uma espécie de médico para eles. Os pajés conhecem tudo sobre males do corpo e do espírito e também quais as plantas e ervas que podem ser utilizadas em cada caso.
A aldeia onde vivem é chamada de taba e nela existem dois tipos de casas: as simples, onde vivem apenas uma família e são chamadas de ocas e as casas coletivas, que são chamadas de malocas.
As casas são construídas com uma mistura de barro e sua estrutura é sustentada por pedaços de madeira. Para fazer os telhados, os índios utilizam palha trançada ou grandes folhas de árvores.
Esta forma de construção é barata e segura para algumas regiões sem muitas variações climáticas, por isso é utilizada em alguns locais do Brasil, principalmente no Nordeste e na Amazônia. São as casas de pau-a-pique.
Apesar de não ser comum na atualidade, algumas tribos brasileiras praticavam o canibalismo , ou seja, se alimentavam de carne humana. A tribo dos tupinambás, que habitavam o litoral da região sudeste do Brasil, tinham essa prática. Eles acreditavam que ao comerem carne humana do inimigo estariam incorporando sua sabedoria, valentia e conhecimentos. Essa prática era acompanhada de rituais simbólicos.
Alimentação saudável
Os índios retiram da mata tudo o que precisam para sua alimentação, além de plantar também o que necessitam. Os principais alimentos consumidos entre os povos indígenas são: mandioca, batata- doce, cará, milho, pimenta, cana-de-açúcar, algodão e banana. Além disso, criam animais, como galinhas e porcos e pescam com frequência, aliás, peixe assado na folha de bananeira é um alimento típico indígena que o homem branco aprovou! Hummm! Que delícia!
Como os índios sempre dependeram da natureza para seu sustento, desde muito cedo aprendem a cuidar e valorizar o meio ambiente. Respeitam as áreas de plantio e a fase de reprodução dos peixes que serão utilizados como alimento. Com certeza respeitam e valorizam o meio ambiente muito mais do que nós!
Brincadeiras interessantes
As crianças indígenas brincam muito e através das brincadeiras aprendem várias funções que terão que desempenhar quando adultos: caçar, pescar, plantar, fazer panelas de barro, trançar cestos e várias outras coisas.
Os pais costumam fabricar miniaturas de objetos do uso cotidiano para que, além de brincar, elas também sejam educados para a vida adulta.
Também fazem jogos e brincadeiras em grupos, conheça algumas delas:
Mojarutap Myrytsiowit
Este é um jogo parecido com a “Cama de Gato”: o jogador forma figuras com um cordão trançado nas duas mãos. Os índios usam um cordão de tucum (tipo de palmeira) e criam diversas figuras, como morcegos e peixes. Já foram registradas aproximadamente dez figuras diferentes durante o jogo. Este é uma brincadeira que mostra a criatividade e excepcional habilidade manual dos índios.
Adugo
É um jogo de tabuleiro bem fácil de fazer, veja só: é jogado no chão, com o tabuleiro traçado na areia e usando-se pedras como peças: uma peça representa a onça e 14 outras (iguais entre si) representam os cachorros. Dois jogadores jogam e um deles atua como onça, com o objetivo de capturar as peças do adversário. A captura é feita como no jogo de Damas. O jogador que atua com os cachorros tem o objetivo de encurralar a onça e deixá-la sem possibilidade de movimentação.
Curiosidades:
Os bandeirantes se comunicavam em tupi. É por isso que tantos estados, municípios e rios têm nomes de origem indígena. Veja alguns exemplos: Paraná é “mar”; Pará é “rio”; Piauí é “rio de piaus”, um tipo de peixe; Sergipe é “no rio do siri”; Paraíba é “rio ruim”; Tocantins é “bico de tucano”; Curitiba é “muito pinhão”; Pernambuco é “mar com fendas”.
(fonte: Guia dos Curiosos)
(fonte: Guia dos Curiosos)
Música e Artes:
ATIVIDADES:
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